Ora aqui está outro dos livros de um
autor que toda a gente cita, umas vezes sem saber, outras com o epíteto de
‘maquiavélico’.
Nicolau Maquiavel escreveu este ensaio,
de um pragmatismo atroz, a partir da sua experiência como conselheiro de César
Bórgia, na república florentina. Um funcionário público dos finais do século
XV, conhecedor da governação europeia como mais nenhum, que deixou os conselhos
essenciais aos mecanismos e domínios do poder sobre os povos, sobre as elites
dissonantes e sobre os exércitos modernos. Ele próprio o diz:
Conclui-se por isso que os bons conselhos, de onde quer que venham, têm de nascer da prudência do príncipe, e não a prudência do príncipe dos bons conselhos.
A tradução de Diogo Pires Aurélio não
tem máculas. Assume uma linguagem simples, na complexidade das ideias, limpas
das arestas pela pontuação exemplar, como se fosse um livro para ler em voz
alta.