sábado, agosto 15, 2020

O exagero de Maquiavel


Ora aqui está outro dos livros de um autor que toda a gente cita, umas vezes sem saber, outras com o epíteto de ‘maquiavélico’.
Nicolau Maquiavel escreveu este ensaio, de um pragmatismo atroz, a partir da sua experiência como conselheiro de César Bórgia, na república florentina. Um funcionário público dos finais do século XV, conhecedor da governação europeia como mais nenhum, que deixou os conselhos essenciais aos mecanismos e domínios do poder sobre os povos, sobre as elites dissonantes e sobre os exércitos modernos. Ele próprio o diz: 
Conclui-se por isso que os bons conselhos, de onde quer que venham, têm de nascer da prudência do príncipe, e não a prudência do príncipe dos bons conselhos.
A tradução de Diogo Pires Aurélio não tem máculas. Assume uma linguagem simples, na complexidade das ideias, limpas das arestas pela pontuação exemplar, como se fosse um livro para ler em voz alta.