sábado, novembro 02, 2019

A extinção dos passeriformes


Há algumas semanas Carla Tomás, jornalista do Expresso, assinava um texto no jornal sobre o desaparecimento de muitas espécies de flora e de fauna dos montes das serras algarvias. Ouvidos pastores e agricultores concluía pela quase extinção de algumas espécies de passeriformes [aves insectívoras de pequeno porte]. O problema, na altura em que se torna moda falar de ecologia, é preocupante, mas interessa percebê-lo num quadro de maior complexidade. Com o abandono da economia serrana (pessoas, trabalho e vida) as aves migram em busca de habitats mais favoráveis, tal como a espécie humana, e fazem-no há mais tempo do que nós. Por exemplo, é ver os bandos de pardais de vários tipos, ou de pintassilgos, junto das dunas e das praias, alimentando-se de restos de comida, sementes e o que vier ao bico.

Nas caixas-ninho, colocadas na parede norte da minha casa, na cidade de Loulé, destinadas a abrigar criações de chapim-real e mais tarde colonizadas quase sempre por pardal comum, foram criadas esta primavera-verão cerca de 4 posturas em cada caixa, dando origem aos juvenis que hoje vemos a limpar os insectos das periferias, tornando mais limpo o nosso clima.