Durante uns dias a imprensa
regional e as televisões nacionais deram notícia do professor de química que
ameaçou o diretor da Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade
do Algarve, de colocar uma bomba nas instalações da escola, por se sentir
discriminado com a sua situação profissional. As notícias acrescentaram apenas,
por via do seu diretor, que o docente estaria de baixa psiquiátrica. Mais nada!
O que interessava saber, era
se o estado de saúde mental do docente determinou o seu comportamento
atentatório, ou se foram os fenómenos de degradação do ensino superior que contribuíram para o desenlace daquela atitude: a permanente redução e
congelamento salarial, a obrigatoriedade de avaliações burocratizadas, o
imperativo da ‘investigação’ a metro, a proibição de redução de serviço para
cumprimento de graduações sucessivas, o não cumprimento da lei relativamente às
progressões remuneratórias determinadas pela avaliação docente, et cetera, et cetera.
Agora, sabemos que o docente
foi julgado e sancionado com termo de identidade e residência.
Pergunta-se, qual o papel
educativo da universidade neste caso?
[seguem-se os dados de identificação]
Nota: carta enviada para a seção Cartas do jornal Expresso, a 30.11.2018, sujeita a 150 palavras e não publicada