Loulé só podia ser uma terra de contrastes. A partir dum cosmos rural que encontra a modernidade ao virar da esquina - com os banhos de cosmopolitismo do turismo e a inovação cultural de jovens urbanos ou urbanizados -, Loulé não sabe o que fazer. O mais fácil é procurar uma cultura de massas, gerida por uma elite administrativa, com assento na vereação e nas chefias técnicas da Câmara, mas uma cultura assente num neo-romantismo da comunidade perdida, que no concelho tem ainda expoentes marcantes. Por isso, retirar o conceito de 'artesanato' da iniciativa de defesa e da promoção do interior rural do concelho, e ofuscá-lo com o termo perigoso de 'popular', não é só uma forma de revivalismo saloio. É mais do que tudo, uma opção cultural populista. E nós sabemos porquê.