Era um barbeiro competente, que nunca tinha ferido ninguém. Mas, naquele dia, as borbulhas do cliente de barba pouco espessa revolveram-lhe as tripas. Revolveu escanhoar a barba à volta da primeira borbulha que viu. Mas, na segunda não resistiu. Golpeou-a e, depois, levado por um frenesi maléfico cortou a cabeça do homem.
Max Aub, nos "Crimes exemplares", em adaptação livre, lido no banco de jardim entre os livros do continente do Belmiro, em Albufeira.