terça-feira, outubro 17, 2006

Ramos Rosa

O António homenageia-o e eu também. No dia do aniversário do poeta António Ramos Rosa, deixo aqui um poema que ele publicou na página literária de «A Voz de Loulé», “Prisma de Cristal”, nº 24, dirigida por Casimiro de Brito, no dia 3 de Agosto de 1958:

Os dias, sem matéria,
caem na eternidade,
na vaga eternidade
de cada vida humana.

Num calendário, as datas
falam dos mesmos dias?
E em cada mesma vida,
acaso os dias passam?

Acaso eles existem?

Não haverá apenas
um só dia que vemos
e que nunca vivemos
por falta de coragem?

A coragem enorme
para dizermos: hoje!