sábado, outubro 14, 2006

A factura da água

Volto a falar dos media, sobretudo dos meios televisivos, porque parece que os jornalistas aprendem cada vez mais numa cartilha paupérrima sobre o que é a sua profissão. Esclareço. Em reportagem da Sic sobre as facturas de consumo de água, a jornalista tenta entender o que pensam os consumidores sobre o detalhe técnico das mesmas. Há teorias de desconstrução: "uma factura divide-se em três partes, a primeira com um gráfico, blá, blá, blá". Eu tenho aqui à minha frente uma factura da água e para que raio quero eu saber, a partir da primeira vez concedo, o que significam esses hieróglifos? Pago e pronto. A peça até me mostrou que pago menos do que a água custa ao M3 (metro cúbico, bem se vê). Mas o mais engraçado, e é para isso que levo o leitor, a jornalista queria saber à força porque não trazia a factura notas sobre a qualidade da água. Reparem: dava a resposta na pergunta. Crime de qualquer pesquisa, digo eu aos meus alunos de investigação. Pergunto-vos, agora: e quem sabe o que é o Ph e como se medem os coliformes fecais e totais? Já estou como o jovem no ER: "já estou a sentir a toxina a subir ao coração".