sexta-feira, outubro 27, 2006

Lobo Antunes

Vi ontem a entrevista de Judite de Sousa a Lobo Antunes. Poderia dizer ouvi, porque o autor pensa e filtra muito bem o que diz. Expressa-se como se estivesse a escrever, muito lhe deve vir do hábito, da rotina, da memória física. Mas a mim sempre me parece tudo demasiado plástico, uma humildade fabricada. E aquela modéstia, parece-me sempre falsa. Por tudo isto nunca o li. Confesso que já tentei, mas lembro-me sempre de uma frase sua dos primeiros romances, uma das metáforas exageradas em que era exímio (quase sempre metáforas médicas), que não refiro por pudor de leitor, pudor que o autor, ontem, tanto prezou.
Adenda às 15.51h: ver a entrevista de Lobo Antunes como um reles panfleto anti-comunista parece-me desonesto e pouco abonatório.