quinta-feira, abril 06, 2006

Microtextos [2]

Mário Viegas. O Beckett português – porque “não há nada mais cómico do que a desgraça” – morreu há 10 anos. Um diseur de poesia que afirmava que “os poemas não se explicam, ouvem-se”. Viveu sempre no gume da navalha: no teatro como na vida, a assunção de um espírito tão livre quanto libertário. Lembro-me sempre de quando, ainda adolescente, ouvi o «Poema do Ódio» de Almada Negreiros dito por ele. Estava junto da Ria Formosa e foi como se uma luz marítima entrasse adentro de mim. Apetece-me relembrar, como Almada sobre Júlio: morra o Dantas, pim!