quarta-feira, agosto 24, 2005

Monodocências

Um estudo da Universidade de Coimbra mostra que a transição do 1º para o 2º ciclo é traumática, deixando muitos dos alunos retidos no 5º ano de escolaridade, em escolas onde convivem com alunos mais velhos, normalmente até ao 3º ciclo. Alguns dos sintomas dos traumas e conflitos da transição são apontados como sendo a pressão para a iniciação no álcool e nas drogas. As estratégias de resolução admitem a necessidade de um maior envolvimento dos pais no acompanhamento dos filhos, um maior contacto com os professores e uma relação saudável com os colegas de turma. O estudo não toca – e seria interessante ter dados científicos neste campo – na situação das escolas básicas integradas, nas quais os alunos circulam entre o 1º e o 3º ciclos no mesmo espaço físico e escolar. Sobretudo, o estudo não aborda um aspecto decisivo no âmbito da transição entre ciclos e que tem vindo a ser defendido por vários pedagogos, sobretudo em experimentações no 1º ciclo. Referimo-nos ao fim da modocência no 1º ciclo, que permitisse a assunção de mimetismos e modelações dos alunos a partir, não de um professor mas de vários, como acontece quando ingressam no 2º ciclo. A introdução do inglês no 1º ciclo poderia ser uma oportunidade para a reformulação deste aspecto. Talvez seja mais uma oportunidade perdida, do actual governo, na área da educação.