Enquanto o caso Luanda Leaks vai ensinando os leitores e ouvintes sobre o conceito de acumulação primária de capital (prefiro a tradução primária a primitiva, dada a sua confusão com o capitalismo primitivo, como esclarece Giddens), outra acumulação vai acontecendo nas quintas periféricas da cidade. Alheios ao bulício da urbe moderna e cosmopolita, uma família de porcos de montanheira, vai-se alimentando de bolota, azeitona e laranjas, no processo de engorda para a matança dos tempos frios do próximo outono/inverno, no complexo fenómeno da rurbanização imperfeita.