Há uns dois anos, talvez, um amigo que queria editar um livro de poesia sobre a "sua" guerra em África, dizia-me que o millieu estaria dominado pelos Mexias, Lombas, Coutinhos, etc. Na altura não percebi, dado que estava assoberbado de trabalho com a coordenação da Comissão de Comemorações do centenário de José Vieira (Alte) e não tinha muito tempo para ler jornais. Mais tarde percebi, pois fui encontrando os cronistas referidos, primeiro na blogosfera, depois nas crónicas de jornais portugueses e brasileiros. Devo aqui explicar que, independentemente dos seus pontos de vista, leio-os com prazer e refiro-os regularmente. Mas vem esta prosa a propósito de ter ouvido o comentário - ainda há pouco na SicN - de Pedro Lomba sobre a imprensa do dia. E ter verificado que, tal como aconteceu com Pedro Mexia no "Eixo do Mal" do mesmo canal, quase sempre um bom cronista é um mau comentador. E que o facto de escreverem - e bem - em vários jornais (Lomba, por agora, deixou a crónica do Independente na última semana e mantém-se ainda no DN) não é seguro de uma concomitante dinâmica comunicacional. E com essa presença recorrente e supletiva quem perde são os leitores/ouvintes. Aqui anda o célebre amiguismo, um círculo fatídico da comunicação.