Nos fins de Janeiro, um jantar apresentou o nóvel Clube Política e Cidadania (CPC) em Loulé. Diz a associação querer lutar contra o pessimismo e o descrédito dos cidadãos em relação aos políticos. Até aqui tudo bem. Mas se essa desconfiança é pautada pelo "discurso duplo [que usam esses políticos] consoante se encontrem no poder ou na oposição, ou prometem o que sabem não poder vir a cumprir", porque é que convidaram um político para presidir ao jantar? E exactamente um presumível candidato [do PS] à Câmara de Loulé? Meus amigos: é que assim as pessoas não só deixam de acreditar cada vez mais nos políticos, como desconfiam cada vez mais dos clubes de cidadãos que os querem colocar no poder. E têm razões para isso. Porque não percebem quais os conúbios que unem políticos candidatos a cargos públicos e cidadãos que os lançam em campanha antecipada. É claro que essa é uma função dos aparelhos dos partidos. Às associações cívicas dos cidadãos e à sociedade civil em geral, pede-se outro papel: o de exigirem medidas e programas concretos àqueles que se apresentam aos cargos, negociando a sua verdadeira representatividade. E não o de servirem apenas de trampolim para um poder cada vez mais distante dos cidadãos que não podem concorrer em pé de igualdade.