terça-feira, outubro 17, 2023

Histórias da Biblioteca #2


Por motivo desconhecido o leitor de «Pedro Páramo», que o leu antes de mim, dobrou a ponta direita da página 59 para dentro, mas talvez tenha lido até à página 60, pois aí terminava a narrativa presente de Juan Preciado. Não havia marcas anteriores de dobragens nas pontas das páginas, o que pressupõe uma leitura imparável, de entusiasmo e compulsão. O livro obriga-nos a isso, só o cansaço nos pode parar, ou o sono, como o meu, das noites a ler. Por essa razão, só na segunda noite dei pela página 60, sem saber quem leu antes a notável obra de Juan Rulfo. Dizer que é uma obra-prima, pode ser pouco, ou muito, mas ela deve ter inaugurado aquilo que conhecemos como corrente literária do ‘realismo fantástico’. E, eles próprios se confessam, como seus grandes descendentes: García Marquez, Jorge Luís Borges, etc.