Confesso que «A Sibila» nunca sibilou aos meus ouvidos,
talvez porque no meu tempo «Os Maias» davam cartas no liceu, romance que também
não li. Na altura, era o marxismo que me ocupava as leituras, de ensaios e
romances.
Em 1988, numa fase de busca de individualidade
libertária-filosófica comprei «Prazer e Glória», acabado de sair, um romance
sobre uma família burguesa – como era o universo de Agustina – mas com o
bastardo artista João Pinheiro (talvez lembrando o traído Pinheiro Alves,
marido da amante de Camilo, esse sim autor boémio de que li muito) a contrariar
o universo.
Pedro Mexia dizia, ontem a propósito da literatura de
Agustina, que ela era sobretudo criticada por motivos ideológicos, como autora
burguesa e elitista, mas que a devíamos olhar pelo lado puramente literário. Lembro-me
que na altura achei prazeirosa e gloriosa a crítica de Agustina à atitude
miserável, ignorante, e incivilizada do povinho português. E essa era também a
minha impressão. Há semanas atrás voltei a pegar no livro da Guimarães Editores,
para o reler, e ali está ele na página 19, de canto dobrado: “Eram gente de
prazer e de glória, que em tudo morre para em tudo permanecer”.