De dentro para fora, veem-se
as tílias com a lagoa ao fundo. Talvez seja de tarde, pois o sol reflete sobre
a copa das árvores e deixa brilhar a sombra no contorno da luz. Há uma mesa e
quatro cadeiras, ou talvez três, pois o meu assento é um banco que se leva ao
ombro. Sobre a mesa não deve estar já Fotomaton
& Vox, a obra antiga e atual de Herberto Helder, que levei naqueles
dias de sol, capa dura e sombria, lembrando terra castanha com sulcos de raiva.
Provavelmente o livro está comigo, junto da câmara que fotografou o momento de
abril.
[em atualização]