No sábado, dia 27 de Março, estive com outros amigos, meus e das árvores da cidade e do planeta, ocupando com o corpo o que roubaram às tílias da Praça da República, em Loulé. Éramos pequenas sombras negras sobre tocos ainda a seivar, como um prolongamento de vida do solo até um céu possível. Não se distinguiam outras sombras de copas, nem se ouviam chilreios de aves. Só algum burburinho de automóveis desfilando por nós, praça acima. Depois descemos das árvores, como crianças que terminaram uma brincadeira de primavera, para entregar palavras feitas frases e frases tornadas manifesto, a quem governa o município e a quem preside ao país.
No domingo, dia 28 de Março, pude acolher-me do sol, com os meus filhos, sob a copa frondosa da alfarrobeira dos tanques de salga do Ludo, provavelmente uma das descendentes daquelas que deram sombra aos pescadores que encheram muitas ânforas de "garum".
As 16 tílias da Praça da República em Loulé, não darão mais sombra a ninguém.
No domingo, dia 28 de Março, pude acolher-me do sol, com os meus filhos, sob a copa frondosa da alfarrobeira dos tanques de salga do Ludo, provavelmente uma das descendentes daquelas que deram sombra aos pescadores que encheram muitas ânforas de "garum".
As 16 tílias da Praça da República em Loulé, não darão mais sombra a ninguém.