terça-feira, janeiro 28, 2020

A dita natureza humana

Enquanto o caso Luanda Leaks vai ensinando os leitores e ouvintes sobre o conceito de acumulação primária de capital (prefiro a tradução primária a primitiva, dada a sua confusão com o capitalismo primitivo, como esclarece Giddens), outra acumulação vai acontecendo nas quintas periféricas da cidade. Alheios ao bulício da urbe moderna e cosmopolita, uma família de porcos de montanheira, vai-se alimentando de bolota, azeitona e laranjas, no processo de engorda para a matança dos tempos frios do próximo outono/inverno, no complexo fenómeno da rurbanização imperfeita.

quarta-feira, janeiro 22, 2020

Dos Santos, Marx e a acumulação do capital



 (foto-arquivo ASantos)

As relevações do Luanda Leaks, está a causar estranheza a muita gente. Para quem leu um módico de Marx facilmente percebe o que está em causa. O capitalismo adaptou-se aos novos tempos, batizado ou não de neoliberalismo, fazendo dos capitalistas, empreendedores ou empresários, mesmo quando estes já nada têm de ligação a fábricas e aos trabalhadores. Mas a exploração é a mesma, mesmo que disfarçada de pobreza, desemprego e ruína. O caso Isabel dos Santos mostra como o capital continua a ser alvo de uma acumulação capitalista primária, escondida hoje nos paraísos off-shores no Dubai, ou na conivência com os gestores do capital em Portugal. Francisco Louçã denuncia-o bem, e como não se espera vergonha nem de gestores, nem de políticos reprodutores do capital, o que nos resta é denunciar esta desfaçatez.

O texto de Francisco Louçã, publicado no Expresso-Diário e só acessível a leitores registados, pode ser lido via Brumas, aqui!)

[Atualização] Ver também o desabafo de João Rodrigues no Ladrões de Bicicletas (aqui)! E também no Vias de facto (aqui)

sexta-feira, janeiro 17, 2020

Imprensa: papel e rede

 (clicar sobre a imagem para ler melhor)
A propósito do post do João Martins, nos seus 14 anos do blog MacLoulé, lembrei-me do texto que escrevi, na Voz de Loulé, há cerca de 12 anos sobre o futuro que se adivinhava para a imprensa: um misto de comunicação em papel, mas a caminhar paulatinamente, e de seguida mais aceleradamente para o nível digital, nas plataformas disponíveis. Hoje, quase só leio no computador ou no telemóvel, o Expresso (diário ou semanário) entra-me pela tela móvel e, vejam lá, até o New York Times - nas suas reportagens internacionais que me interessam - me chega no formato semanal em série televisiva através do The Weekly.
É bom reler e concordar, que ainda não acertamos em tudo...

quarta-feira, janeiro 15, 2020

Hanna Arendt talvez...

O homem escreve, todos os dias, uma pequena coluna no Correio da Manhã. No seu blogue esperamos um mês para as ler, todas de seguida. Quase sempre encontramos pequenas pérolas de escritor; como esta:
A banalização do mal é um dos horrores da nossa história – mas a “banalização do bem” desvaloriza-nos a todos.
(clicar aqui para ler todo o post)

sábado, janeiro 04, 2020

Sagrado

Dias sem  vento, coisa estranha e inexplicável.  Aqui onde a terra acaba e o mar começa num canto da Europa que é a minha casa,  muitas vezes por ano.