sexta-feira, abril 05, 2019

De como o capitalismo se serve do fascismo

http://periodicos.uff.br/trabalhonecessario
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Numa altura em que o poder militar no Brasil desenvolve um retomar protofascista da ditadura militar (veja-se o recente vídeo da presidência Bolsonaro de elogio aos ditadores militares do golpe de 1964), desenrolam-se, ao mesmo tempo, os inevitáveis movimentos sociais de resistência democrática. As baterias do Carnaval carioca são disso um bom exemplo, com o destaque para a memória política do assassinato de Marielle Franco, feminista e defensora popular. Nas universidades, e na escola em geral, atacadas pelo programa Escola Sem Partido, mas que entrega à Bíblia os conteúdos científicos do ensino, são outros os meios de resistência. Muitas vezes, servindo apenas uma franja de académicos e intelectuais mas obrigando-se a cumprir o seu papel, as revistas académicas são um nicho de produção de conhecimento e de teoria social que serve toda essa resistência, dispersa e diversa. A «Trabalhonecessário», revista da Universidade Federal Fluminense na qual colaboro, preparou a sua edição nº 32 (jan-abr2019) sobre o tema das categorias fundacionais do materialismo histórico marxista, com artigos escritos e sujeitos a arbitragem científica, até novembro de 2018. Este foi também o período de campanha, eleição presidencial e tomada de posse do presidente do Brasil. Podemos dizer, são ínvios, os caminhos da história. Por isso vale a pena ler os artigos pensados com precisão a talhe de foice (e martelo?) de Emir Sader, de Gaudêncio Frigotto e Sónia Maria Ferreira, o editorial de Lia Tiriba et. al, e muitos outros, alguns deles meus professores e colegas. Uma justeza marxista na mouche…Eu tive o prazer de contribuir com a fatia internacional, através de um artigo sobre a ascensão do capitalismo industrial no Algarve. A minha tese é a de que o capitalismo se serviu do fascismo para a exploração operária, para que o fascismo se afirmasse como a ideologia do desenvolvimento industrial e capitalista. Dizem os organizadores ( Moura & Oliveira) que a minha

interpretação é que este movimento se estabeleceu num quadro de permanentes e crescentes expressões da luta de classes. Desta forma, o texto se constitui como um contributo para melhor visualização e análise de como se expressaram diversos movimentos de resistência, os quais, na prática, foram formas diversificadas de materialização da luta de classes
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