sexta-feira, janeiro 04, 2019

A Degradação do Ensino Superior



Durante uns dias a imprensa regional e as televisões nacionais deram notícia do professor de química que ameaçou o diretor da Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, de colocar uma bomba nas instalações da escola, por se sentir discriminado com a sua situação profissional. As notícias acrescentaram apenas, por via do seu diretor, que o docente estaria de baixa psiquiátrica. Mais nada!
O que interessava saber, era se o estado de saúde mental do docente determinou o seu comportamento atentatório, ou se foram os fenómenos de degradação do ensino superior que contribuíram para o desenlace daquela atitude: a permanente redução e congelamento salarial, a obrigatoriedade de avaliações burocratizadas, o imperativo da ‘investigação’ a metro, a proibição de redução de serviço para cumprimento de graduações sucessivas, o não cumprimento da lei relativamente às progressões remuneratórias determinadas pela avaliação docente, et cetera, et cetera.
Agora, sabemos que o docente foi julgado e sancionado com termo de identidade e residência.
Pergunta-se, qual o papel educativo da universidade neste caso?

[seguem-se os dados de identificação] 

Nota: carta enviada para a seção Cartas do jornal Expresso, a 30.11.2018, sujeita a 150 palavras e não publicada