sábado, janeiro 25, 2014

Os Gatos

 (desenho de Daniel Oliveira)
A revista minicontos, do Brasil, acaba de publicar um dos meus minicontos, intitulado Os Gatos. Para ler, clicar aqui (na página principal  abrir o linque 'mais minicontos'). Boa leitura!

quinta-feira, janeiro 16, 2014

MACLOULÉ, oito anos de vida cidadã



 O MacLoulé, um dos blogues de cidadania mais ativos e interessantes da blogosfera lusitana, continua a ser um exemplo da participação dos cidadãos na vida política e social das comunidades. Não é só um espaço de crítica social, que alia o conhecimento teórico à leitura dos fenómenos sociais concretos, mas também uma plataforma de denúncia de atentados à dignidade e à justiça. Acrescer a isso a denúncia e a ação militante, em defesa de causas sociais transversais ao estado democrático, torna-o um blogue indispensável à vida cidadã, em tempos de crise de participação social. Parabéns sentidos pelos seus oito anos, ao João Eduardo Martins (link).

terça-feira, janeiro 14, 2014

O despudor televisivo (Eusébio de novo)

Para entender o 'despudor televisivo', e outras formas de manipulação emotiva dos êxtases coletivos, vale a pena ler o post de João Ventura, onde ele propõe a objeção de consciência de jornalistas e dos media em geral, para evitar as permanentes 'ditaduras do coração'. Concordo em absoluto (link).

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Manifesto por um Portugal convergente em defesa da Europa

Manifesto

Pela Dignidade, pela Democracia e pelo Desenvolvimento:
Defender Portugal


É tempo de defender Portugal de resgates que o empobrecem, desesperam e põem em perigo a liberdade e a democracia. É tempo de recusar a submissão passiva de Portugal a uma União Europeia transformada em troika permanente. Precisamos duma alternativa política que dê força e sentido prático à resistência e ao protesto. Os portugueses precisam de uma maioria para governar em nome da dignidade, da democracia e do desenvolvimento. É tempo de juntar forças.

É possível uma alternativa política aos resgates e à austeridade e há, para isso, um programa político claro e com entendimentos abrangentes. O tempo urge e os apelos à unidade devem ter consequências. Para impulsionar a construção desta maioria democrática, as forças políticas, movimentos e pessoas que já hoje podem e querem convergir não têm de esperar por entendimentos entre toda a oposição democrática. Têm de dar passos que favoreçam a acção conjunta, desde já, no plano político e eleitoral.

As bases programáticas da convergência já existem. A prioridade é o respeito pela democracia e pela Constituição, impedindo que os interesses da finança se sobreponham aos direitos dos cidadãos. Estamos de acordo quanto à necessidade de pôr travão à austeridade e renegociar a dívida. De impedir o sufoco de novos resgates e memorandos, com esse ou outro nome. De devolver dignidade ao trabalho, começando por actualizar o salário mínimo e garantir a negociação colectiva. De combater as injustiças na distribuição do rendimento e da riqueza, moralizando o sistema fiscal. De erradicar a pobreza. De reafirmar que a saúde, a educação e as pensões não são mercadorias e que o Estado Social não está à venda. De preservar o carácter público da água, dos serviços postais e dos transportes colectivos.

Também convergimos na vontade de impedir que a União Europeia seja um espaço não-democrático, baseado na relação desigual entre ricos e pobres, credores e devedores, mandantes e mandados. Na necessidade de defender Portugal das exigências de um tratado orçamental, que impõe o empobrecimento, a dependência e o declínio.

A nossa proposta é clara: desenvolver um movimento político amplo que no imediato sustente uma candidatura convergente a submeter a sufrágio nas próximas eleições para o Parlamento Europeu.

Defendemos a constituição de uma lista credível e mobilizadora, que envolva partidos, associações políticas, movimentos e pessoas que têm manifestado inquietação, discutido alternativas e proposto acção.

Temos como objectivo construir um movimento político que seja o mais amplo possível. Uma plataforma abrangente e ao mesmo tempo clara é realizável a partir das bases programáticas que enunciámos. Ela deve ser levada a sufrágio para lhe dar voz e força. Enquanto cidadãos e cidadãs sem filiação partidária, mas nem por isso menos empenhados e politicamente activos, estamos prontos a fazer a nossa parte.
A Europa precisa de uma convergência à esquerda em Portugal, única forma de contribuir para retornar a uma política internacionalista de coesão e defesa dos direitos de cidadania democrática, contra a aguerrida união das direitas em Portugal e no espaço europeu. Leia o manifesto e assine (link)
 
 

sábado, janeiro 11, 2014

As vaias ao 1º ministro

O primeiro-ministro Passos Coelho foi recebido com apupos e vaias na sede do PSD em Loulé. Jovens socialistas, recentemente eleitos para a  comissão política de Loulé juntaram-se ao protesto (link).
Para furar o boicote da comunicação social a esta iniciativa popular, deixo aqui os poucos minutos da notícia da RTP (link).

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Mais uma lombada

De como o ACIDI deixa de se preocupar com o diálogo intercultural no mundo, e passa a recrutar imigrantes empreendedores. Mais um contributo para a novilíngua, desta vez da parte do inenarrável Pedro Lomba, ou seja, 'mais um brief de Lombo' (link).

Êxtase coletivo

Também eu, que joguei futebol no Silves Futebol Clube,  que me habituei a admirar o Eusébio desde 1966 (quando tinha 10 anos), me aflijo quando vejo um êxtase coletivo que sublima as suas desgraças e passividades com lágrimas e apelos excessivos num funeral de um homem. E não me importo de desalinhar do coro de uma sociedade, de povo, autarcas e políticos, que levam ao colo Eusébio para o panteão nacional (túmulos que pouco me importam), como se eles próprios se 'libertassem assim da lei da morte'. Tem razão Pacheco Pereira. O próximo choradinho será com Cristiano Ronaldo, e viva o futebol!

terça-feira, janeiro 07, 2014

Eusébio e o natal



UM CHALÉ NA PRAIA DA ROCHA

O campeonato do mundo de futebol, em Inglaterra, já lá ia há muito. Todos se lembravam do jogo contra a Coreia, que Portugal tinha ganho por cinco a três, depois de estar a perder por três bolas a zero. E do Eusébio, que marcava os golos e imediatamente retirava a bola do fundo das redes. A televisão era a preto e branco nessa altura. E o país também, muito mais preto do que branco.
Ler o resto do conto na revista Letrário (link)

segunda-feira, janeiro 06, 2014

A Pátria de Junqueiro



 Estava eu a arrumar esta casa (ali à direita estão novos rumos para escritos meus guardados ou espalhados em jornais e revistas) quando dei com esta pérola de Guerra Junqueiro, que deixo para os que não são 'porcos':

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [.]

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [.]

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896.


domingo, janeiro 05, 2014

O arboricídio continua em Loulé

Tenho que concordar com o João Martins. A veia arboricida está mesmo entranhada no concelho de Loulé. Por motivos ideológicos, técnicos ou pseudocientíficos, o que é verdade é que se continua a assistir a podas aterradoras nas árvores da cidade. Desta vez foi em frente ao Café Portas do Céu, na cara chapada da sede da Junta de Freguesia de S. Clemente. Estas árvores foram deixadas como estacas espetadas para o céu, enquanto mais abaixo os especialistas já deixaram alguns raminhos para as aves que eles tanto detestam.
Passado que seria o tempo do arboricídio da cidade, de que é exemplar o corte de 14 tílias cinquentenárias da Praça da República, e que lançou um movimento de protesto de que fiz parte com muitos amigos e amigas e que entregou manifesto ao 'presidente' Cavaco Silva, o mesmo desejo pseudomodernista continua, sem qualquer explicação a ninguém, como se a cidade não fosse de todos os seus cidadãos. Parece-me que temos todos o direito de ver uma justificação do executivo PS da Câmara sobre este ato no seu site, que não deve servir só para encómios e agradecimentos eleitoralistas.
[a foto é do Macloulé]

A arte moderna e o facebook

O templo de Diana em Évora, no último dia do ano de 2013, fotografado do interior do Fórum da Fundação Eugénio de Almeida, recentemente reabilitado e da qual se dá conta numa exposição didática a olhar obrigatoriamente pelas escolas de artes (link). O motivo? Uma das melhores exposições interativas dos últimos tempos, da responsabilidade da Coleção do ZKM de  Karlsruhe, a mostrar que as novas tecnologias e a interatividade entre ciência e humanos é antiga e não foi criada pelo 'Face'. Obrigatória.