domingo, setembro 30, 2007

Chuva

Chove, hoje, em Loulé, lavando ruas vazias e almas penadas de Leste, à espera das 7h da manhã de segunda-feira. Provavelmente, estarão todos em Quarteira, lendo os jornais de fim-de-semana (eles) e as revistas do coração (elas), dentro dos carros, a olhar o mar e o calçadão importado. Até logo!

sexta-feira, setembro 28, 2007

Um público verdadeiro

Um jornal que diz ao que vem, feito pelos cidadãos em verdadeiro serviço público. Culto e democrático. O que se pode pedir mais? [Clique na imagem para ler]

Adendas

Novidades no post sobre o Irão e os Homossexuais. Ler aqui.

Uma lição armadilhada de jornalismo?

Santana Lopes abandona, a meio, uma entrevista na SicNotícias, depois de ser interrompido por causa de uma ligação em directo ao aeroporto onde chegava José Mourinho. O entrevistado recusa-se a continuar a entrevista porque acha mais importante a política do que o futebol. Discutível, não? Quanto a mim fez bem, mesmo vindo de quem vem.

Semana de humor

Muito boa a semana dos "incorrigíveis", com a excepção de Nogueira, sem dinâmica e a arrastar uma falta de talento que não se lhe conhecia. Herman esteve bem ontem, em pequenos sketchs, e os convidados das 6ªs feiras não estão nada mal. A acompanhar.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Rir da credibilidade

“O PSD voltou a ser um partido com credibilidade institucional e política. O descrédito do Governo e do PS tornou-se óbvio. O eleitorado já começou a compreender que Marques Mendes tinha razão e porquê. E vai haver mais ranger de dentes socialistas com a moção de estratégia que ele acaba de apresentar.”. Vasco Graça Moura no DN.
Pois é, mesmo vindo do intelectual mais sorumbático, dá vontade de rir não acham?

Caso Maddie

Clarence Mitchell, vindo do nº10 da Downing Street, tinha prometido: “vamos retirar os olhares sobre os pais de Madeleine e insistir na tese de rapto”. E aí está. Como uma campanha de agitprop bem orquestrada começaram, de novo, a surgir observações de Maddie em todo o lado e até há uma foto da menina em Marrocos, obtida por um casal espanhol. O que prova que são os media que determinam, cada vez mais, a construção das notícias e desenvolvem uma ficção real a partir de um mundo cada vez mais virtual. Não esperem que abrande, pois, conseguido o objectivo de pôr toda a gente a falar de novo em rapto, podem esquecer o resto.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Caso Esmeralda

O acórdão do Tribunal da Relação confirmou a entrega da menina Esmeralda ao seu pai biológico (ver notícia). Sempre defendi essa ideia e deixo alguns pontos, provavelmente contra a corrente:
1. Ninguém põe em causa a afectividade e a qualidade da educação dos ditos pais adoptivos;
2. No entanto, a sua acção no caso foi sempre pautada por ilegalidades e até má fé;
3. Na verdade não podemos falar em qualquer processo de adopção nem em pais adoptivos, no caso;
4. O pai biológico, se o provar e se o desejar como foi o caso, tem o direito à tutela da filha, por mais que esta o rejeite por indução dos anteriores educadores;
5. Qualquer problemática que venha a surgir na relação pai-filha não pode pôr em causa o direito adquirido pelo pai biológico. As nossas famílias são disso a justificação.
Este caso mostra que quase sempre o coração fala mais alto do que a cabeça e que os tribunais agiram no pleno direito da criança por mais que os advogados digam o contrário, como aliás parece ser o seu dever na defesa do cliente. Por outro lado, os media foram, mais uma vez, os construtores da ficção sobre o problema.

Olha as mãos de santo...

A boutade do dia de ontem foi, sem dúvida, a afirmação do presidente do Irão, Ahmadinedjad, na Universidade de Columbia: "No Irão não há homossexuais. Quem é que vos diz uma coisa dessas?". Todos vimos, e ouvimos, a plateia rir-se perante a afirmação, que não deixa de ser uma perspectiva cultural sobre o conceito. Agora poucos motivos nos deverão fazer gozar com o facto, quando conhecemos as discriminações e violências que se abatem sobre a diferença de género.
[Adenda de 28/9: Miguel Vale de Almeida apresenta provas do que digo acima. Ver aqui]

terça-feira, setembro 25, 2007

Web social (web 2.0)

Pois é, o "Prós e Contras" tem quase sempre mais prós do que contras. Sendo o Plano Tecnológico um plano do governo e não um plano assumido pela sociedade civil, é lógico que o programa de hoje (que ainda continua madrugada dentro) tenha a fina flor do governo e das empresas do estado. Já a sociedade civil, os utilizadores, como lhes chamou Paulo Querido na única intervenção que abordou a web social, não está lá. Talvez esteja pouco interessada nessa discussão e prefira praticá-la, como eu o faço neste momento.

segunda-feira, setembro 24, 2007

O "special one" dos pudins

já aqui vos falei dos "Incorrigíveis", programa de pequenos vídeos de humor que o Sapo organiza, em conjunto com as PFtv. O sketch das segundas é sempre da autoria de Ricardo Araújo Pereira, e o de hoje desconstrói a ideia dos génios, particularmente daqueles que se julgam special one. A ideia é que cada um de nós pode ser o melhor do mundo em qualquer coisa. RAP é o melhor do mundo a comer pudins. E vejam como é verdade:

sábado, setembro 22, 2007

Propaganda

Coitada da jornalista, não faz por culpa, mas a lição está bem aprendida. Em directo da Assembleia da República, a repórter da RTP1 ensinou-nos que a primeira sessão da AR com o novo regimento lá "permitia, mais facilmente, ao primeiro-ministro, desmontar os argumentos da oposição". O problema não foi o facto de o PM nada ter desmontado, mas a propaganda que o canal de serviço público vai fazendo ao governo e à maioria absoluta na Assembleia. Mau serviço!

sexta-feira, setembro 21, 2007

Aquilino

Enquanto conduzia e ouvia a Antena1, tive a oportunidade, surpreendente, de ouvir uma entrevista feita a Aquilino Ribeiro, por Igrejas Caeiro, nos idos de 1957. Conhecer a história do autor por leituras é uma coisa, mas ouvi-la da sua voz é vivê-la, percebem. E o autor foi justo e honesto, com a infância "aos tombos", o roubo dos ninhos de pássaros, a partida para Paris - a única terra onde foi sempre feliz -, a "crítica literária portuguesa perigosa", as leituras da moderna literatura inglesa e americana, que fazia nos livros que o filho comprava. Um portento de sedução, elogio que também fez ao entrevistador. Ah, perguntado sobre alguma história decisiva vivida, não falou de nenhum regicídio...

quinta-feira, setembro 20, 2007

Limpeza da casa

Dei uma limpeza no side bar do blogue, cheio de poeiras antigas e algumas urtigas. Alguns dos blogues em que colaborava, com alunos ou colegas docentes, foram retirados porque pontuais e desactivados. Ficaram apenas os que administro, na minha escola. Foi feita uma actualização nas secções dos media (jornais e revistas). Os "livros na cabeceira", que são sempre muitos e se renovam com fulgor (matéria impossível de ir ajustando na barra), foram substituídos por "livro de cabeceira", com direito a foto num post de mudança:

Foi criada uma nova secção, o "Blogue destacado", que mensalmente figurará na barra até ser colocado, ou não, na lista de blogues, mais abaixo. Por agora, o destaque vai para Covil dos Filipes, um blogue de Loulé (não é todos os dias que se descobrem), no servidor do Sapo (cada vez mais interessante), no qual criei o meu primeiro blogue há quase 4 anos. A lista de blogues também foi actualizada, merecidamente.

o país mais livre do mundo...

Sim, também vi na TV. Um estudante, da Universidade da Florida, a questionar criticamente o senador John Kerry e a polícia a não permitir e, mais tarde, a produzir descargas eléctricas no jovem. Mas o mais arrepiante foi observar a impavidez e a moleza dos assistentes, que não mexeram um dedo para intervir na defesa do colega. Um nojo.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Rábulas nas PFtv

As Produções Fictícias TV (PFtv) têm, agora, no Sapo, uma rubrica chamada "Os Incorrigíveis". Herman, Bruno Nogueira e dois Gatos (RAP e Zé Diogo) farão rábulas semanais a não perder. Já vi a nº0 de RAP, sobre literatura brasileira, que aqui vos deixo:


Ainda não está disponível o embed da rábula nº1 de RAP, mas ela pode ser vista aqui. É sobre a novela da TVI "Deixa-me amar" (ler "Deixa mamar").

quinta-feira, setembro 13, 2007

O Sargento

Há algum tempo que não dou notícias, por aqui. Penso que nunca estive tanto tempo sem postar. A verdade é que o ano lectivo anterior (esta é a minha medida de tempo profissional) foi extenuante. Apresentei as minhas provas públicas de mestrado (uff, finalmente), desempenhei cargos profissionais na minha escola, num ano em que se fechou a 1ª fase do processo de adequação do ensino superior ao regime da Declaração de Bolonha, ajudei a relançar a Associação D’Agir, uma entidade educativa destinada à formação e à investigação da educação e do desenvolvimento. Enfim, fui olhando de relance outras tarefas que tenho em mãos como o estudo do Grupo Folclórico de Alte, fui participando em seminários, colóquios, congressos, por aí...
As férias foram tão retemperadoras, que fui perdendo o apetite e o vício de escrever sobre a espuma dos dias. Comer, dormir, ler, nadar e correr foi o meu lema durante o mês de Agosto e se não acordo, já ia com o mesmo balanço nas primícias de Setembro.
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Miguel Barreira/AP

Mas, olhem, hoje apetece-me falar do Scolari. O homem não merecia que eu escrevesse aqui o seu nome, mas quero antecipar-me à conferência de imprensa que ele prometeu para as 18.30h. Quem me lê sabe (e quem não sabe fica a saber) que eu não morro de amores pelo treinador da selecção portuguesa de futebol. Pelo contrário, já aqui escrevi que o homem é um pequeno ditador disfarçado de sargento disciplinador. Para além de deseducado, falso pedagogo e patrioteiro de meia-tigela. Quem nunca jogou futebol perceberá menos o papel de um treinador de uma equipa e, por isso, acha que ele trouxe alguma competência técnica e moral à equipa ou a Portugal. Mas foram esses saloios da futebolite que o colocaram como seleccionador, treinador, ícone da juventude e empresário da publicidade pátria. Mais dia menos dia o verniz haveria de estalar e como o homem é bronco fê-lo ontem, perante toda a gente, do futebol, da política e do povo que colocou as bandeirinhas à janela, a seu pedido. A partir de hoje já o estão a sacrificar. Quem não o sacrifica? Os émulos do dirigismo desportivo (Vieira incluído), o secretário de estado do desporto, que acha que os factos são apenas do foro desportivo, e o presidente da federação, o único que não ouvi até agora. Às 18.30, espero que aquele que diz que “nem sequer lhe toquei num cabélinho”, tenha um resíduo de acesso de ética que lhe permita demitir-se. De contrário, cabe ao governo fazê-lo e não deixar para a federação o ónus da vergonha.