sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Zeca Afonso: há vinte anos...

Éramos putos e estávamos todos em frenesim à espera do Zeca, no "Glória ou Morte", em Portimão. Eu tinha ouvido, à socapa em casa de amigos, algumas baladas do José Afonso (os primeiros singles dele era assim que o tratavam). O Zé Luís, um carpinteiro mais culto que muitos dos meus professores, tinha-me emprestado um livro de poemas do cantor, editado pela Livraria Paisagem, do Porto, em 1972, onde fiquei a conhecê-lo melhor. Assim, nessa noite, espreitando a Pide à paisana no bar da sociedade recreativa, preparada para o momento de protesto cantatório e olhando os poucos carros que iam chegando, chegou o Zeca, camisola de manga curta azul, cabelos encaracolados já desgrenhados das noites mal dormidas, viola às costas, disposto a limitar-se a cantar, como disse a Viale Moutinho. A malta mais velha, preparou uma peça de Teixeira Gomes, portimonense das letras e da presidência, para compôr o ramalhete e enganar os incultos da censura.
A partir daí cantei muitas vezes, em muitos sítios, as canções do Zeca: Vejam bem/Os vampiros/Canção de embalar/Cantar alentejano/Cantigas do Maio/Canto jovem/Grândola, vila morena/Menino do bairro negro/A morte saíu à rua/Menino d'oiro/Vamos cantar as janeiras/Traz outro amigo também...
E aqui continuamos a madrugada do Zeca...
*
[escrito na madrugada de 24 de Fevereiro de 2004]
Ver também no blog do Zeca Afonso (clicar na palavra sublinhada)

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

O início do 4º ano

Ao terceiro aniversário esquecemo-nos. Este blogue fez, no passado dia 19, três anos de vida. A 19 de Fevereiro de 2004 dava os primeiros passos no velhinho contrasenso do sapo.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

O Dubai de Vale de Lobo

O Ministério do Ambiente chumbou o projecto de instalação da ilha artificial prevista para a frente de costa da praia de Vale de Lobo, no concelho de Loulé. Esta ideia megalómana pretendia instalar mais de 700.000 fogos entre outros disparates a 500 metros da praia. Claro que o interesse era o de fixar as areias na praia do empreendimento que tem vindo a estimular a erosão costeira, com construções em cima das arribas e instalação de campos de golfe. Os pareceres do LNEC e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto são claros: as areias que seriam fixadas em Vale do Lobo provocariam a erosão de costa entre o Ancão e a Praia de Faro e poriam em causa o sistema da Ria Formosa. Alveirinho Dias, nosso colega da UALg, especialista em erosão costeira também faz uma pergunta pertinente: Quem seria o dono desta ilha em espaço público continental?

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

P

O Público de hoje chegou tarde a Loulé e a Faro. Só o consegui comprar à noite, no Modelo do patrão, claro. Mas olhem que me agrada. Tirando as cores, que não se entendem umas em cima das outras, que borram os dentes seráficos da família Loureiro, na página 50. Dá para folhear online. Estou a falar do novo grafismo, claro. Ah e outra coisa, vamos continuar a gramar a escrita rasteirinha da Laurinda Alves na opinião de sexta-feira.

Ora bolas, não senti nada.

Na verdade a informação dos media sobre o sismo do Algarve foi mais que insuficiente e demorada. Mas também não exageremos. Eu estava em Faro junto das velhas hortas da Penha, e nem senti tremelicar o dedinho do pé. A falha da ferradura provoca muitos sismos durante o ano, de menor magnitude, mas este não é nada que espante os pardais.

domingo, fevereiro 11, 2007

Finalmente!

Como se esperava o sim ganhou. Agora há muito a fazer, em primeiro lugar na Assembleia, para legislar o indispensável e não permitir que a propalada "objecção de consciência" de alguns médicos se torne a força de bloqueio do serviço nacional de saúde. Entretanto o líder do CDS fez a declaração mais pró-fascista da noite.
Adenda às 1.20 do dia 12: no Algarve o SIM ganhou com 74%. No concelho de Loulé ganhou com a mesma percentagem. E na minha freguesia, quem diria, o SIM ganhou com 68%. Obrigado.