domingo, dezembro 31, 2006

Crónicas do Brasil

E é claro que vou a correr comprar. Conversa de burros, banhos de mar inclui notáveis crónicas de Machado de Assis, Clarice Lispector, Drummond de Andrade, Fernando Sabino, etc. Leia aqui. É difícil ter tanta boa gente junta.

Fogo in the end

Bom, e daqui a pouco vamos todos olhar nos céus o fogo de artifício. Os músicos não nos interessam. Pais, Veloso, AC e C, Orixás estão lá para justificar o tempo de espera, até que os rios e o mar possam arder. This is the end, my friend.

sábado, dezembro 30, 2006

Para a história da censura no Algarve

Em 1969, a censura sobre a imprensa no Algarve impedia a publicação de uma carta ao director do Jornal do Algarve, de Vila Real de Sto. António, da autoria de Adão Contreiras. Para além de estúpida a censura sempre foi ignorante. Leia aqui.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Natal

Que Natal?

Foge, borboleta!
Os homens aproximam-se,
os seus exércitos

逃げよ、蝶!
人間らが来る

軍隊が

Run, butterfly!
Men are coming,
their armies

Allez-y, papillon!
les hommes s’ approchent,
ses armées

¡Corre, mariposa!
Los hombres se acercan,
sus ejércitos

Corri, farfalla!
Gli uomini s'avvicinano,
i loro eserciti

Flieh, Schmetterling!
Die Männer nähern sich,
ihre Armeen

Alearga, fluture!
Barbatii se apropie,
armatele lor

Corre, papallona!
Els homes s'acosten,
els seus exèrcits.

Casimiro de Brito

Traduções de Ban’ya Natsuishi, Ana Hatherly, Catherine Dumas, Monserrat Gibert, Fábio Scoto, Teresa Salema, Corneliu Popa & Ana Maria Romero.

domingo, dezembro 24, 2006

Papel de embrulho

A ideia da Câmara Municipal de S. João da Madeira é evitar o desperdício de muitos quilos de papel que serão despejados amanhã nos contentores de resíduos orgânicos. Os contentores criados especialmente para recolher os papéis de embrulho - colocados nas bancadas após filas intermináveis dos hipermercados - podem ser assim reciclados fazendo jus a um dos três R do sistema. De facto, Reduzir seria a melhor solução. Ao evitar o papel de embrulho poupava-se tudo, como se sabe.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Livros

Os livros acumulam-se na estante, pendurados na instabilidade da madeira. Aproveitam o espaço ganho aos outros empurrados contra a parede pelas brincadeiras dos meus filhos. Eu agradeço, e eles misturam-se, portugueses e estrangeiros, romance e poesia, ensaio e sociologia. Deixo para a semana a arrumação; é preciso separar muita coisa, para que o espaço renda mais. Hoje, antecipo o tempo e vou deixando Machado de Assis e Luís Sepúlveda, Eça e Perez-Reverte, Sena e Lispector, Francisco J. Viegas e Sophia, Rosa Montero e Javier Marías nos seus lugares. Depois é preciso arrumar os estudos e ensaios sobre Portugal, sobre o Algarve, sobre Loulé, mas não há mais lugares. A banda desenhada cede uns lugarzitos, mas José Carlos Fernandes e Hugo Pratt já não deixam grandes folgas. Enfim, os da cabeceira podem esperar por outro dia.

Afinal, o homem pensa e a obra nasce

É claro que o presidente da administração americana pensa. E pensa com os seus conselheiros. Ao conselheiro que substituiu Rumsfeld - caído em desgraça - deu tempo para pensar a solução iraquiana; e até deixou a esperança de vir a tomar a decisão de deixar o Iraque, para o país encontrar a sua própria solução. Eis que, antes do período do Natal, George Bush vem deixar uma prenda no sapatinho dos soldados americanos: a guerra está para durar, pois os EUA vão encontrar uma estratégia de longo prazo para que morram mais umas centenas de americanos, até à derrota final.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Sena e o romantismo

O físico prodigioso, de Jorge de Sena, é uma novela "fantástica" que recupera as histórias de Orto do Esposo, livro moralista-religioso do século XV. As histórias do mágico da eterna beleza e do homem que não podia ser enforcado são recuperadas, por Sena, como metáfora da beleza e da liberdade, nos pálidos anos 60 portugueses, na altura em que vivia já no Brasil. Mas o mais interessante é encontrar uma nota crítica sua, a propósito do facto de Teófilo Braga, catalogador de contos populares, ou versões apropriadas pelo povo, considerar tradicionais os contos que ele próprio achava que o deveriam ser. Sena chama-o de "romântico-positivista". Fumos da presença nos Estados Unidos, onde se lia alguma coisa de jeito sobre o papel do romantismo na idealização da cultura popular.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

terça-feira, dezembro 19, 2006

Abrenúncio

Nesta época não compro best-sellers. Aliás detesto best-sellers. Descobri um tal de Friedrich Dürrenmatt que comecei a ler ontem. O título? " O juiz e o seu carrasco". Prenúncio? Ou abrenúncio?

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Blogosfera lusa

O melhor é irem acompanhando as mini-entrevistas de Luis Carmelo a bloggers lusos. Já vai na II série. Em breve as minhas respostas estarão lá.

domingo, dezembro 17, 2006

a justiça é de ouro

As listas de candidatos aos órgãos da FPF (Federação Portuguesa de Futebol) são a prova do padrão de justiça em Portugal. Ou não?

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Uma Voz calada


Saiu, hoje, o último número de «a voz de Loulé», jornal no qual tive o prazer de colaborar.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Frase do dia

Todos nós podemos ser arguidos. Eu hoje venho aqui como testemunha, espero não sair como arguido... (Gilberto Madaíl, na Sic)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Que o nome lhe seja pesado

Sim, também eu me recordo dos estudantes (como eu) a serem empurrados para a morte no estádio nacional. E dos militares de capacete nazi a dispararem indiscriminadamente sobre os estudantes que caíam baleados na relva, onde antes correra uma bola de futebol. E de Vitor Jara, estudante que não quis morrer na cama e foi mais tarde nome de brigada.

Nova obra de José Carlos Fernandes

José Carlos Fernandes tem nova obra nas livrarias. Desta feita em co-autoria com Luís Henriques. Do texto de apresentação de JCF:

Da aliança do espírito obnubilado de JCF (um lunático que não possui televisão por acreditar que os demónios cabriolam nas ondas hertzianas) e dos pincéis de pelo de hiena de Luís Henriques (um artista gráfico que prepara as suas próprias tintas à base de fuligem e Canada-Dry) só poderia sair um livro sombrio. "Tratado de umbrografia" (2006, Devir), assim se intitula o fólio que já há alguns dias pode ser encontrado a assombrar algumas livrarias respeitáveis da Nação e de onde será escorraçado em breve, para dar mais espaço a títulos como "A fórmula de Deus" e "Sexys, Giras, Porreiras e Solteiras". Após este breve período de exposição pública, "Tratado de Umbrografia" apenas poderá ser encontrado, por preços exorbitantes, em alfarrabistas esconsos, bafientos e mal iluminados, pelo que recomendamos que os interessados acorram às livrarias enquanto é tempo.

Aviso aos consumidores: este livro não produz sentimentos de paz, reconciliação, equilíbrio interior ou harmonia com o universo, nem proporciona alívio em situações de stress e depressão.

Blogues mais que recentes

Esta casa deu origem a dois blogues recentes. Aqui estão eles.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

O “Prisma de Cristal” e Casimiro de Brito em «A Voz de Loulé»


Quando, em 2004, pensei lançar uma página cultural neste jornal o amigo José Batista deu-me a conhecer um antigo suplemento, ou página literária que, em tempos, teria sido publicado em «A Voz de Loulé». Lancei-me na pesquisa desta fonte e no Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Loulé acabei por encontrar, no ano de 1956, o “Prisma de Cristal”. Lá estava, na página 2 de «A Voz de Loulé» nº 94, de 16 de Outubro de 1956, uma denominada ‘página cultural’ organizada por Casimiro de Brito. Casimiro Cavaco Correia de Brito tinha nascido em Loulé em 1938 e tinha, na altura, apenas 18 anos.
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[para ler o texto, na íntegra, que publiquei n'A Voz de Loulé de 1 de Dezembro, clicar na imagem]