quinta-feira, abril 27, 2006

Scolibras, queria dizer Scolari

Acham que vale a pena perder tempo a falar do pacóvio do Scolari (eu que já escrevi umas coisas sobre o militarista e começo a parecer xenófobo), ou é preferível preocupar-me com os saloios que andaram a hastear bandeirinhas (literalmente, e chinesas!) no último europeu de futebol? Se o homem quer ganhar muitas libras à conta do zé povinho que o faça. Por mim desde sempre que lhe descobri a careca. O Rui Santos ali ao lado na SicNotícias (ah! e tantos outros por esse Portugalinho fora) só agora é que perceberam o logro. Mas mais vale tarde do que nunca, verdade?
Nota: viram o homem a pensar como é que haveria de negar, em inglês, ao jornalista de Sua Majestade, que tinha acabado de reunir com o director executivo da federação inglesa de futebol?

quarta-feira, abril 26, 2006

Água, para que vos quero?


Idálio Revez, jornalista algarvio do Público, tem um texto no suplemento "Local" do jornal de ontem onde mostra que dos 31 campos de golfe do Algarve apenas um (o dos Salgados) utiliza, na rega, água residual reciclada. Como eu já tinha afirmado, a AHETA, não devia estar a falar verdade quando afirmava que a maioria dos campos não consumia água destinada ao consumo doméstico. Sabendo que estão previstos mais 19 campos de golfe “que estão em fase avançada de processo de licenciamento”, podemos imaginar o consumo nos próximos meses de verão. O jornalista dá um dado que pode responder a isto: o campo de golfe da Quinta do Lago gasta 2.500 metros cúbicos de água, só num dia, no mês de Agosto. Entretanto, a AMAL (Associação de Municípios do Algarve) discute um tarifário para consumo doméstico de água que prevê aumentos à volta dos 100 por cento.

Media

O FCP já ganhou o campeonato. Assim, o interesse dos media anda agora de olhos postos nas eleições do Sporting. Todos os dias, nas TVs com canal específico de notícias, lá estão os três aristocratas candidatos. Sempre são mais do que os candidatos à liderança do PSD.

terça-feira, abril 25, 2006

Abril [2]


Há 32, como há dois anos. Cultivar a memória individual no âmago da memória social. Reler os escritos que levaram 30 anos a construir-se em palavras.

segunda-feira, abril 24, 2006

Prás urtigas

A ICAR esquece-se que o tempo do cardeal Cerejeira e da promiscuidade deste com Salazar já lá vai. Lá por existir aquilo a que os promotores da alienação chamam de Concordata, não quer dizer que a igreja esteja sempre a interferir nos campos da política. Mas hoje, fê-lo mais uma vez: pela voz do bispo do Porto, que teve as televisões ao seu serviço para aconselhar os políticos e os médicos a “defenderem o bem contra o mal, a vida contra a morte…”. O homem falava da interrupção voluntária da gravidez, claro, ele que é tão sabedor das matérias do corpo e da gestação da vida; e sobretudo dos problemas sociais e económicos das mulheres e dos homens do país, em especial das periferias da sua cidade. Talvez fosse tempo dos políticos e dos médicos terem também direito de antena para dar uns conselhos ao bispo. E de mostrarem à igreja que deve cuidar do seu rebanho cada vez mais tresmalhado em vez de se preocupar com os rebanhos dos outros.

domingo, abril 23, 2006

Abril [1]



Uma constatação: hoje, quem fala de Abril não são os que o viveram. Como Abril foi uma construção social - como qualquer realidade -, a apropriação de Abril é hoje feita pela incorporação dos valores objectivados em novos porta-vozes.

sábado, abril 22, 2006

Como eu gosto de ti



Eu agora só falo de deputados algarvios. Ele são as faltas às sessões parlamentares. Ele são as poesias e os cantos de intervenção. Anda Pacheco.

As faltas dos deputados (isto é só para chamar a atenção)

Percorrendo a imprensa online algarvia farto-me das justificações facetas dos deputados algarvios, a propósito da sua presença ou ausência da sessão parlamentar de há uns dias. Ele é o Miguel Freitas, em reuniões partidárias...; até o deputado de Loulé, Hugo Nunes, me envia mail. Não devo ter sido o único felizardo a receber a missiva-ataque (desculpem, estou a lembrar-me dos Massive Atacck, bela música), a provar que estava presente nesse dia. Mas que raio tenho eu a ver com isso? Nem votei neles. Não votei em nenhum eleito. Quem votou deve protestar e obrigá-los a fazer trabalho comunitário em vez de "trabalho político" (nome pomposo, hem?). Bem, mas eu queria era falar-vos de Muhammad Yunus, o fundador do conceito de microcrédito no mundo, que iniciou a caminhada no Bangladesh natal, com as mulheres pobres de meios rurais. Vem isto a propósito da minha aula com o 4º ano de Educação Comunitária para a qual convidei um amigo - agente de microcrédito - da Associação Nacional de Direito ao Crédito. A obra de Muhammad Yunus é um paradigma do verdadeiro trabalho político junto das comunidades desfavorecidas, dos pobres do mundo, e a sua outra obra «Banker to the Poor», traduzido em Portugal pela Difel ("O Banqueiro dos Pobres") um portento de ideias económicas de justiça social. O Grameen Bank é um bom exemplo do velho axioma de Schumpeter "small is beautiful".

quinta-feira, abril 20, 2006

A ler II

A "Fauna das Caixas dos Comentários" no Abrupto. Percebe-se porque está a minha caixa fechada.

A ler

Método científico: Mal acordo, procedo às habituais rotinas quotidianas. Antes da higiene oral, banho e mata-bicho, despacho a primeira urina matinal (termo médico). Ou quase. Explico: estranhos fenómenos pélvicos apoquentam-me a consciência e impossibilitam a drenagem. No bom e velho espírito do senhor Karl Popper, adopto uma perspectiva puramente científica.
[Tiago Galvão no Diário]

Ontem

Notícias das velas acesas nos 500 anos do Massacre de Lisboa: aqui; aqui; aqui; e aqui.

Somos todos judeus?

Antes de ler este post do Luís tinha estado a consultar uns dados sobre o Massacre de Lisboa e por sequência escritos sobre a genealogia judaica em comunidades portuguesas, brasileiras e americanas. Quando li o extracto da entrevista do empresário de turismo - um bom observador e intuidor - mas falho de conhecimento sobre a onomástica dos marranos, lembrei-me de vos deixar dois links para estudos importantes sobre o tema. Ficam aqui e aqui.
[como se adivinhava, pelo meu nome, nada me liga a antecedentes judaicos]

Ante-Pós

Santos Cabral. Alguém conhecia este nome antes da sua demissão de Director Nacional da Polícia Judiciária?

quarta-feira, abril 19, 2006

Hoje:

Ei-los que partem!


A acompanhar com atenção, muita atenção, o trabalho liderado pelo jornalista Jacinto Godinho que passa nas terças da RTP1, sobre os Emigrantes. O primeiro episódio, sobre "Os Primeiros Emigrantes" - nos EUA e no Brasil - deu um panorama da qualidade e cuidado da investigação. Apesar das desoras. Apesar dos concursos prévios.

terça-feira, abril 18, 2006

A ler

Tiago Barbosa Ribeiro começou a publicar os primeiros contributos sobre o SERVIÇO PÚBLICO (V1.0). Aqui está uma primeira versão dos contributos recebidos para a desburocratização de processos na administração pública, partindo de casos concretos de todos os dias.

segunda-feira, abril 17, 2006

Os "Judas" de Roma


Hoje à noite, na 2: (onde deveria de ser?), passa o último episódio da série, - fora de série - Rome. Vamos assistir às facadas de Brutus sobre Julius, segundo a narrativa de Cícero: assim se conjugam os desejos de Servília, mãe de Bruto, e de Átia, sobrinha de César e mãe de Octaviano, que há muito espera na sombra, como todos os poetas. Depois, bom, talvez pensemos no evangelho segundo Judas Escariote, dito gnóstico, mas que eu reputo de agnóstico.

domingo, abril 16, 2006

O difícil primeiro.

Apesar de um interregno longo, o Luís fez ontem um ano de postagens. Parabéns a quem resiste.

Marketing

É verdade que já se esperava: encontrar o livro de João Pedro George «Couves e Alforrecas...» num amarelo bem hirto, de pé na prateleira sobre os livros alinhados da marca registada* ali deitados por baixo. Tudo na FNAC do AlgarveShopping, na Guia. Assim vende-se tudo, percebem?

* Margarida Rebelo Pinto

sábado, abril 15, 2006

Como vamos de choque tecnológico?

A propósito das simplificações administrativas, sugeridas pelo Tiago Barbosa Ribeiro no seu blogue Kontratempos, o meu contributo foi este:
Há dias tentei inscrever-me no serviço de acesso directo da Segurança Social (SS), para obter diversas informações online. Como tinha um nº antigo (de 9 dígitos) necessitei de solicitar o actual (de 11 dígitos). Rápido e fácil, por Email; mais rápido e fácil, ainda, porque o site disponibiliza uma alteração imediata. Com estes dados tentei inscrever-me de novo. Só que desta vez a morada constante era uma das minhas antigas residências; e por isso tive de cancelar a operação. Procurando no site da SS não encontrei nenhum formulário/janela/serviço que me permita alterar a morada e inscrever-me. Conclusão: o mais fácil é, para o site da SS, o mais complexo.
Entretanto, acabei por enviar um mail ao serviço da SS Directa, a solicitar alteração da morada. A resposta do serviço foi esta:
Em resposta ao mail enviado, vimos por este meio informar que, para proceder à actualização de morada poderá dirigir-se ao Centro de Segurança Social com o respectivo Bilhete de Identidade e um comprovativo de morada. Para mais informações sobre o Serviço Segurança Social Directa , poderá contactar-nos através do telefone: 21.4230101.
Com os melhores cumprimentos,
Serviço Segurança Social Directa
Instituto de Informática e Estatística da Segurança Social, I. P.
*
Um verdadeiro choque (tecnológico)!

sexta-feira, abril 14, 2006

A ressureição

À nossa volta um céu plúmbeo, uma névoa de chumbo que cobre a vista. Tempo fresco a combinar com os dias. Ali ao lado na ribeira, malmequeres, borragens, cardos ainda húmidos do orvalho da noite, à espera que o calor os torne em gás e a fotossíntese faça o que lhe compete. Olhando o sul, a mesma névoa da manhã de Abril paira sobre o mar. No norte, as serras não escondem o mesmo manto.
Mas algo perturba este universo idílico mas tão ‘real’. Sei que por trás de cada janela, nesta manhã que dizem ser santa, está um turista, zangado e triste à espera da ressureição solar. Esse deus que não chega, quando nele se apostou o fim-de-semana: roupa fresca, euros, hotéis a 90% da capacidade turística, lagosta no vapor. Se o deus não cumpre o seu papel, eles sabem como mistificá-lo: vestem os seus calçanitos e a curta tshirt, põem os chinelos e vão “para a praia da Quarteira”. Mesmo com a água fria e o vento agreste de nordeste, os acólitos ficam lá todo o fim-de-semana, a tiritar de frio, aguardando a rotina de segunda. E assim justificam a adesão do seu martírio em nome da apropriação de deus.

Do serviço

Muitas alterações na lista de blogues, ali ao lado.

Ronaldo

O pênalti perdido passa a representar ou confirmar um conceito muito aceito no futebol: o da fase ruim. Porque "quando a fase é ruim", nada dá certo. A bola bate na trave e sai, o zagueiro salva em cima da linha, o juiz anula gol legítimo. Tudo acontece, inclusive o craque perder um pênalti (muito mal batido, é evidente; não foi uma questão de azar). Mesmo um jogador "velho e gordo" é capaz de fazer melhor do que isso...
Última coluna da Soninha na Folha de S. Paulo.

Onde é que eu já ouvi isto?

Diz Vitalino Canas - vice-presidente da bancada parlamentar do PS - que os deputados são cidadãos como outros quaisquer. E que por isso também podem apresentar atestados médicos para justificar a sua ausência da sessão parlamentar de anteontem. No caso de Vitalino, vai ter de apreciar 55 atestados. Foi esse o número de deputados do partido do governo, ausente das votações parlamentares.

quinta-feira, abril 13, 2006

Reforma administrativa

A acompanhar, com atenção, o serviço público do Kontratempos. O meu contributo estará aqui em breve (sobre a Segurança Social).

Pecadilhos

Verdadeiro choque tecnológico são os pecados inventados nesta páscoa pela ICAR. Sócrates que aprenda!

Aristograças

«Sérgio Abrantes Mendes assumiu ontem que pode avançar com uma candidatura às eleições do Sporting, por considerar que "Filipe Soares Franco não faz fractura ...».
Sempre disse que o Sporting só vivia da aristocracia.

E eu, sou um carapau de corrida?

«Os homens da blogosfera, os que escrevem mais ou menos, embora pensem todos mal, sem excepção, mas, pronto, aqueles que conseguem, por via dos bons compadres políticos, umas colunas num pasquim qualquer que não interessa a ninguém... que trambolhos! Mas que grandes trambolhos! Feioooooooooooosss! Parecem uns peixes (...)»
Tudo na Sociedade Anónima.

quarta-feira, abril 12, 2006

O massacre do Rossio

Não percebo nada de halakah e as velas para mim servem para alumiar ou cheirar; antes, para dar sebo ao cautchout das bolas de futebol. Mas um etnocídio será sempre um massacre. E aqui estou eu bradando contra todos os pogroms de genocídio.

terça-feira, abril 11, 2006

Bons sinais para a Ria de Alvor

Depois da vergonha que foi o comportamento político da Câmara de Portimão (CMP) destaca-se, aqui, a posição da Assembleia Municipal de Portimão que aprovou, por unanimidade, uma moção – apresentada pelo Bloco de Esquerda - em defesa da reposição dos habitats destruídos na Ria de Alvor. Lembro que mais de 10 hectares de coberto vegetal do sapal da Ria foram destruídos pelo grupo Imoholding do presidente do Naval 1º de Maio, Aprígio dos Santos, com a conivência da CMP que antes visitara os terrenos da Quinta da Rocha em sinal de reconhecimento e legitimação do proprietário. Espera-se agora que as autoridades cumpram os devidos procedimentos administrativos referentes ao crime ambiental.

O silêncio é de ouro

É verdade que Cavaco Silva ganhou as presidenciais pelo silêncio. Também é verdade que preside, sem se ouvir a sua voz.

Sim,

reparei no sotaque italiano do cardeal Saraiva, ainda há pouco no programa Prós e Contras. Na verdade é aquele linguajar que atribui a legitimação da verdade religiosa ao Vaticano. Desta vez sobre a "crise" da Europa.

segunda-feira, abril 10, 2006

Comentários

Há meses atrás resolvi fechar a caixa de comentários deste blogue. Tal como na minha casa não entra gente que não seja convidada também aqui se evita a boçalidade que por aí vegeta, rasteira e ignorante.

Adeus CPE

O governo francês cedeu na tentativa de impor a CPE (Contrato de Primeiro Emprego), que defendia a precaridade contratual e profissional dos jovens empregados franceses. O argumento é de que não se encontram reunidas as condições para a lei. Nada mais certo. E agora digam que os protestos massives em França não dariam qualquer resultado.

O Principezinho

Entre outras lembranças clássicas cognitivas, recordo o desenho da gibóia que tinha comido um elefante, mas que poderia ser um simples chapéu. Entre a abstracção de um adulto e o raciocínio operativo simples de uma criança, está todo o campo de análise do «Principezinho» de Antoine de Saint-Exupéry, que por estes dias faz 60 anos. Eu por mim tenho duas edições diferentes e li-o noutras tantas que não estão em casa.

domingo, abril 09, 2006

Um referendo

Na selecção alemã de futebol, o mesmo dilema das balizas portuguesas. O seleccionador Jurgen Klinsman acabou por escolher Lehman em detrimento de Oliver Kahn depois de 22 meses de experiências e hesitações. Os fãs de Khan – muitos artistas entre eles – chegaram a representá-lo como o destinário da evolução dos primatas. Belo trabalho! Em Portugal, há muito, o ditador Scolari optou por Ricardo (que também tem camiões de fãs) em desfavor de Baía. Como Scolari não é democrata e se arma em militarista aconselho um referendo para escolher o guarda-redes das camisolas de Portugal.

quinta-feira, abril 06, 2006

Microtextos [3]

Berardo. Finalmente, a colecção Berardo fica em Portugal, no Centro Cultural de Belém. Berardo diz que tem 2000 peças, Mega Ferreira (presidente do CCB) diz que só interessam 850; e destas expor talvez 200. A colecção está avaliada em 34 milhões de euros; mas há também quem a avalie em 100 milhões. Berardo quer fazer da colecção um trampolim para que o CCB seja o museu mais visitado do mundo. Mega Ferreira diz que tá bem tá, belo objectivo (deve estar a pensar que Berardo não conhece o Guggenheim ou o MoMA). E Sócrates? Bom, Sócrates – como um adolescente que descobre o poder – lá vai dizendo: quando vi pela primeira vez a colecção pensei logo que o lugar dela seria em Portugal.

Microtextos [2]

Mário Viegas. O Beckett português – porque “não há nada mais cómico do que a desgraça” – morreu há 10 anos. Um diseur de poesia que afirmava que “os poemas não se explicam, ouvem-se”. Viveu sempre no gume da navalha: no teatro como na vida, a assunção de um espírito tão livre quanto libertário. Lembro-me sempre de quando, ainda adolescente, ouvi o «Poema do Ódio» de Almada Negreiros dito por ele. Estava junto da Ria Formosa e foi como se uma luz marítima entrasse adentro de mim. Apetece-me relembrar, como Almada sobre Júlio: morra o Dantas, pim!

Microtextos [1]

ETA e Zapatero. Os protestos do Partido Popular espanhol (PP), sobre as negociações do governo espanhol com a ETA para uma declaração de paz, não se remetem à aludida negociação sem entrega de armas e assunção de arrependimento. O que o PP não esperaria é que o governo espanhol conseguisse um cessar-fogo sem mortes, que prossegue a ausência de mortandade que dura há três anos. E que é o primeiro passo para uma negociação concertada sobre a presença identitária das muitas nações de Espanha, em regime de reciprocidade. Talvez o PP quisesse desenvolver uma política à administração americana: primeiro faz-se a guerra preenptiva; porque com os terroristas não se negoceia.

quarta-feira, abril 05, 2006

O Arade ali em Silves

A ler, com muita atenção, o texto do António Baeta Oliveira sobre o rio Arade. Para perceber para que é que o rio tem servido nos últimos cinco anos. E para assinar a petição online que se divulga aqui (não esqueça de, em vez de País/Cidade, escrever BI, data e arquivo).

segunda-feira, abril 03, 2006

Nunca mais são 23 horas

Romaromaromaromaromaromaromaromaromaromaromaroma
Romaromaromaromaromaromaromaromaroma
Romaromaromaromaroma
Roma

Pode o rio Arade ser um deserto que doa a alma?

Senhores(as):
O Rio Arade, no Algarve, tem sido nos últimos anos largamente referido nos órgãos de comunicação social, não só pelos seus atributos ambientais e turísticos, como pelo importante papel que sempre desempenhou no desenvolvimento local, ao longo da história. A sua revitalização e desassoreamento são velhos sonhos e reivindicação das populações ribeirinhas, de Silves a Portimão. De há dez anos para cá que se multiplicam os esforços para que o desassoreamento, despoluição e revitalização das margens do Arade sejam uma realidade. Visitas e declarações públicas favoráveis de membros do governo (de todos os partidos, assinale-se), presidentes da república, e outros, pouco ou nada adiantaram. Projectos (2), estudos de impacte ambiental,verbas consignadas em sede de PIDDAC, de tudo já houve. Numa altura em que se discute e se pretende a revisão do novo PROT para a região algarvia, sobre o Arade nada fica claro no referido documento.Os algarvios, sobretudo os que habitam nos concelhos ribeirinhos (Silves, Lagoa, Monchique e Portimão), começam a estar fartos de tantas promessas e dispêndio de dinheiros públicos, até agora inconsequentes. Por isso, os abaixo-assinados, endereçam esta petição pública ao Governo, Assembleia e Presidente da República, IPTM e CCDRAlgarve para que, de uma vez por todas, assumam as suas responsabilidades e posições públicas levando por diante aquilo que é, por todos, considerado um importante projecto de desenvolvimento regional.
Sincerely,
*
153 assinaturas! É pouco, muito pouco para um rio que fez tanto por nós! Assine aqui.

Por este rio acima [6]

«É o que o rio Arade é hoje em dia: um reles fio de água, silvas, lodos, porcaria. Matar o Arade é matar a cultura árabe. Exagero? Sem o Arade o que cantariam os poetas de Silves? Não foi o deserto que os encantou! O deserto é o destino dos desterros de Silves, terra do rio e das águas santas que nunca se esquecem.
Pode o rio Arade ser um deserto que doa a alma?»
*
(quando assinar coloque o nº do BI no campo "País/Cidade")

domingo, abril 02, 2006

Por este rio acima [5]

«Muito, muito mais tarde desci o rio, de canoa. Foi ele que me levou rio abaixo até às velhas fontes de Estômbar. E no dia seguinte me transportou rio acima até à cidade de Silves. Depois, passei debaixo da ponte e terminei no pego fundo, onde em tempos idos tinha mergulhado de cima duma velha nogueira marginal. Para lá dela a canoa não passava: um reles fio de água, silvas, lodos».
Campanha pelo Desassoreamento e Despoluição do Rio Arade - Algarve
(quando assinar coloque o nº do BI no campo "País/Cidade")

sábado, abril 01, 2006

Por este rio acima [4]

«Com esta brincadeira fiquei dois anos em Silves e se escolhi jogar futebol no Silves Futebol Clube foi também por culpa do rio. Nos treinos sentia o cheiro das águas, as mesmas que corriam até à minha casa e que me encontravam no dia seguinte, de manhã, quando rumava de novo à cidade. Os meus passeios não ignoravam as ladeiras de calcário ou os pós de grés do castelo, mas os meus passos, inelutavelmente, desciam para aquelas águas curiosas e secretas».
*
(quando assinar coloque o nº do BI no campo "País/Cidade")